A Dama Safada do Metrô
Saio de casa, após uma noite mal dormida, cheio de preocupações. Em síntese: sou um cidadão comum.
Tinha deixado o carro na concessionária para uma revisão. Estando a pé, optei pelo Metrô. Fazia tempo que não usava esse serviço. Não havia me dado conta de que a linha Verde, antes sempre tranquila, com a expansão e abertura de novas estações agora está sempre lotada. Tive de aguardar a passagem de algumas composições até conseguir entrar num vagão.
Tudo indicava que esse era o começo de um dia normal, sem nenhuma aventura excitante, dessas que se leem relatadas por aí. Para mim isso é só ficção, no máximo coisas que só acontecem com outras pessoas. Muito poucas pessoas, só alguns raros felizardos, entre os quais não me incluo…
Consegui entrar naquele vagão do metrô e o único lugar que obtive foi no meio do corredor, pendurado nos varões centrais de apoio. Estava distraído, quando um perfume chamou minha atenção. Discreto, sem o exagero do excesso que algumas mulheres fazem. Cítrico, era muito agradável, insinuante. Na minha frente estava uma morena quase da minha altura. Ao menos 1.70m, cabelos longos, levemente cacheados, vestida de maneira bem formal. Saia discreta, uma jaqueta sobre uma blusa aparentemente de seda. Além da bolsa, carregava uma outra pasta de couro, que parecia cheia de papéis. Uma advogada, supus.
Na estação Consolação o carro se agita com as pessoas que saem e entram, indo ou vindo da linha Amarela. O carro quase se esvazia e lota de novo. Eu que ia até a Vila Madalena permaneço. A morena também. Nesse momento uma senhora gorda, obesa, surge aos trancos e se posta atrás de mim. E me joga contra a morena. Causando, ainda que involuntária, uma encoxada…
Imediatamente desculpo-me. Ela sorri aceitando minhas escusas. A viagem segue. Faço o possível para evitar que aquilo se repita, mas os trancos e mexidas que a gorda fazia provocaram mais umas três ou quatro encoxadas. Numa, que inevitavelmente notei, bela e macia bunda.
Fiquei preocupado que aquilo levasse a algum escândalo. Ainda mais, que – não sou de ferro – aqueles contatos ativaram minha velha mente safada e acabei ficando excitado.
Na estação Sumaré ela se move para sair. Nesse momento, gira o corpo e a mão que segura sua pasta de couro roça-me. Bem onde a ereção que eu tentava esconder se aloja. Isto seria só acidental, deveria supor. Mas sua mãozinha ficou lá uns vinte ou trinta segundos, sem se mover. Até que as pessoas finalmente foram saindo, abriram espaço e ela se foi.
Mas quando chegou na porta, vira-se, olha para trás e me encara. Era aquilo em seu rosto um sorriso discreto, sugerindo que houve cumplicidade nos momentos anteriores?
Certamente eu jamais saberia. Ia seguir meu cotidiano. Tudo que de inusitado, de aventura, que o destino poderia me trazer, nada mais seriam que aqueles momentos fugazes.
Desci na estação seguinte. Tinha uma reunião com a equipe de um cliente. Levou umas duas horas, no final eu e mais três deles pegamos o elevador. Espaço lotado, fiquei conversando com eles, que desceram 3 andares abaixo. Segui até o térreo e só então notei uma morena à minha frente. Naquele aperto ela tentava escrever algo num pedaço de papel. Roçou em mim quando saímos. Já no hall ela se vira, me encara e pergunta:
– Você sempre faz aquilo?
A mesma mulher do metrô… Fiquei sem ação, surpreso, embaraçado. Antes que pudesse responder ela ergue a mão esquerda, evidenciando o dedo onde uma aliança brilhava.
– Desculpe, deve estar havendo algum engano, eu…
– O que havia entre suas pernas, lá no metrô não era um engano…
Já que é assim, eu entro no jogo:
– É…deu para notar que você tratou de checar isso…
Ela ruboriza. Um sorrisinho nervoso, aperta o passo e sai, entrando num taxi.
Fiquei pensando nela como uma personagem de Nelson Rodrigues reciclada: ” a dama do metrô”.
Caminhei até Pinheiros, fiz hora em algumas lojas de móveis e almocei por lá. Na volta, iria pegar metrô de novo, na Estação Clínicas. Chegando perto, procuro um bilhete no bolso do paletó. Acho um cartão que não lembrava que estivesse lá.
Era o cartão de uma livraria forense. Não havia nome nenhum impresso, mas no verso, uma caligrafia claramente feminina anotou um número de celular e as palavras: ” Ligue pra mim”.
Foi ela que na confusão do elevador cheio o colocou, sem que eu percebesse, em meu bolso,? Só há um modo de saber…
A chamada é rapidamente atendida.
– Estou respondendo a seu pedido de chamada…
– É você, não é?
– Sou… Não pense que faço isso sempre…
– Eu percebi que você é casada…
– Não esta tarde. Estou livre. Você está?
Bem, claro que muito surpreso, começo a ceder a uma inevitável tentação. Uma aventura, daquelas que só leio acontecendo com os outros. Ou um golpe… Tento raciocinar, tento me convencer que não parece uma aplicadora de golpes.
Não resisto…
A conversa segue bem rápida. Ela é a objetividade em pessoa:
– Se vai pegar o metrô de novo, vá pela linha azul e desça na estação São Joaquim. Lá fora, ao lado do hospital, há uma rua chamada Pirapitinguy. Vá por ela e nuns 100 metros vai achar o Hotel Lido. Nos encontramos na porta…
Así no más…
Liguei no escritório com uma desculpa esfarrapada e segui suas instruções. Um cavalheiro maduro, sério e pouco dado a loucuras, sentindo-se um adolescente arteiro…
Foi fácil chegar lá. Ela já estava me aguardando. Pega na minha mão, está resoluta, sem qualquer sombra de ansiedade ou nervosismo.
– Vamos!
E assim, sem qualquer apresentação formal, qualquer conversa prévia, entramos no hotel, rapidamente conseguimos uma chave e vamos para o elevador. Um outro casal sobe conosco, ela os ignora e se coloca à minha frente, me empurrando contra a parede do fundo e então movendo-se suavemente para os lados. Rebolando e me fazendo encoxá-la. Mas dessa vez sinto que aquela deliciosa bunda mais solta. Ela está sem calcinha!
O casal desce dois andares antes do nosso. Ela aproveita a privacidade, abre o zíper da minha calça, enfia a mãozinha e apanha o que procura. Quando chegamos em nosso andar, ela me conduz, segurando meu pau, até o apartamento. A moça sabe o que quer…
Entramos, fechamos a porta, ela corre para o meio do quarto. Dá chutes no ar, jogando os sapatos de salto alto longe. Tira a blusa, despe o soutien rendado, vira-se de frente com olhar provocador. Abre o zíper da saia que caia no tapete.
Confirma que estava sem calcinha e fica nua ante mim.
– Gosta de uma tarada?
Não espera minha resposta. Vem até mim e se entrega toda num beijo, enquanto arranca minhas roupas.
Apanho-a, ergo-a, e a carrego nos braços até a cama. Ela sorri, parece até que um tanto enternecida pela minha atitude. Quando a ponho na calma, senta-se, olhos fixos na minha ereção.
– Querido: só tenho umas duas horas. Nesse tempo você pode fazer o que quiser comigo.
Abre os braços para mim.
– Vem! Me chama de puta, vai…
– Sua safada! Não vou só te chamar assim. Vou te fazer minha puta…
Ela fica eletrizada. Puxa-me. Leva-me a seus seios. Chupo cada um com fome, fazendo aqueles biquinhos duros de tesão girarem nos meus lábios. Ela geme, acaricia meus cabelos, empurra minha cabeça para baixo.
– Me chupa! Me faz ficar doida…
Não nego seu pedido. Caio de boca em todo o calor úmido de sua buceta.
Ela geme ainda mais, se contorce toda na cama. Então, após alguns minutos, me faz parar.
– Querido, você me deixou no ponto, me fode! Come esta puta tarada!
Deito de barriga para cima e deixo a sua disposição, ereto no ar, o membro que ela faz tão duro.
Ela não perde tempo. Senta-se em mim, me faz entrar todo na sua fornalha. Sobe, apoiando-se em meu peito. Vai até o ponto em que quase saio de dentro dela e volta, recebendo-me todo de novo. Dou-lhe estocadas vigorosas. Ela geme, grita, rebola. Cavalga na minha rola.
Tem um grito seco. Vindo de dentro.
– Estou gozando!…
Sigo mais um pouco e também atinjo meu gozo. Lancinante…
Uma estória daquelas sempre achei inverossímeis, está acontecendo comigo!
Mas ela não para. Beija-me, apalpa-me, sussurra com voz quente ao meu ouvido.
– Deixa esta puta experimentar essa pica que me deixou doida…
Cai de boca em meu pau. Suga-o todo, ainda melado e molhado dela. Não para. Acorda uma nova ereção e segue chupando. Vai e vem, faz meu pau ir quase metade dentro da sua boca, lambe a cabeça vermelha de tesão e retoma o serviço.
Então lembro de sua frase inicial, dizendo-me que poderia fazer o que quisesse. Tiro o pau daquela boquinha gulosa e a ponho de quatro.
– Ok, querido. Eu topo. Mas devagar, não é sempre que faço isso.
Abriu mais as coxas, com as mãos para trás, separou as nádegas e exibiu sua entrada ainda não visitada.
Isso me enlouquece!
– Sua puta! Na hora que todo mundo trabalha, você está aqui exibindo o cuzinho para um desconhecido! Gosta de um caralho no rabo, não é?
( Quem imaginaria este cavalheiro aqui dizendo isso para uma dama?…)
– Puta que se preze dá o rabo, querido. Mete que nosso tempo está acabando…
Enfiei devagar. Demora um pequeno tempo para que ela relaxar e se abrir. Mas quando acontece, ela joga as mãos para trás e me puxa. Entro todo nela.
Realmente entra num frenesi, num delírio de prazer. Gosta realmente de ser sodomizada.
Novamente geme muito. Grita…
– Eu sou a puta do teu caralho. Fode gostoso meu cuzinho, fode!…
Seguimos nessa loucura. Ela rebola, me pede que enfie mais e mais. Leva minha mão a penetrar sua buceta.
Um novo gozo dentro dela. Ela geme mais fundo e grita:
– Ai! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Estou gozando!…
Saio de dentro daquele rabinho fantástico, cansado mas feliz…
Relaxamos um pouco. Ela me segreda:
– Coisa rara: difícil eu gozar dessa forma.
Segredos? Há muitos. Nada sabemos nada um do outro e no entanto essa deliciosa loucura nos aconteceu.
Quero conversar com ela. Mas não me permite.
– Nosso tempo acabou. Precisamos ir.
Rápidas higienes, ela apanha a calcinha na bolsa, vestimos nossas roupas e saímos.
Lá fora tento novamente conversar com ela, saber mais. Sequer sei seu nome…
– Por hoje basta, querido. Se quiser uma outra vez, aos poucos te direi. Quer?
– Não seja modesta. Claro que vou querer você de novo…Mas não tenho nem mesmo um nome para te chamar…
– Me chame de “tua puta”…- ela ri, provocativamente.
– Muito vulgar. Só tem sentido lá – aponto para o hotel – dentro.
– Tem razão. Além de safado, você é um gentleman. Então crie um nome para mim.
– Sabrina? Débora? Cíntia?…
– Não, nome próprio não. Invente outra coisa.
– Que tal “Dama do Metrô”. – Dama do Metrô? Hummmm, gostei!
– E eu? Vai inventar algo para mim?
– Você? Com este teu jeito todo sério, educado?…Já sei: você será meu “Cavalheiro Discreto”.
Assim nos despedimos com um derradeiro beijo.
Dama do Metrô e Cavalheiro Discreto partem, deixando combinado um encontro para a próxima semana…